Os
antigos egípcios consideravam que a vida cotidiana era regida pelos
preceitos da sua fé, seus textos literários e templos enfatizavam a
eternidade dos deuses em comparação com a fragilidade humana. Por
cerca de três mil anos os egípcios desenvolveram sua religião sem
influências externas e a figura do faraó era ao mesmo tempo o
representante dos deuses e chefe político. Segundo sua concepção,
o mundo teria surgido de um caos oceânico primordial do qual os
homens teriam sido salvos pela vontade dos deuses, dotando a religião
de um caráter ritual que assegurava aos seus praticantes o favor
divino e a vida após a morte.
A
vida após a morte era o tema central da religião egípcia, o que é
atestado pelas fórmulas mágicas dos hieróglifos, por suas
construções monumentais e pelo Livro dos mortos, talvez o
principal documento deste antigo culto. Eram enterrados com o defunto
os elementos de uso cotidiano como alimentos e objetos, mas também
amuletos que havia usado em vida.
Com
o tempo e devido aos poderes delegados pelo rei, os sacerdotes e os
templos se tornaram poderosos e muito ricos, devido às grandes
doações recebidas, deste modo, os sacerdotes foram impondo suas
interpretações da mitologia, a adoração e os rituais geralmente
refletiam a vida da família real, sendo adorados no templo um deus,
sua esposa e seu filho. Ao raiar de cada dia, abriam-se as portas dos
templos e eram entoados cânticos e hinos.
A
religiosidade popular era caracterizada pela preocupação com o
além, temores e superstições e pela moral necessária para
enfrentar o julgamento após a morte. O povo só via as estátuas dos
deuses quando, em datas especiais eram conduzidas em procissão, nas
casas eram adoradas pequenas estátuas dos antepassados ou de alguma
divindade menor.